- Paulo Sérgio Rosseto
LÁ FORA
Bem sei que lá fora há riscos evidentes Porem a ânsia do noturno fascina e clama
Entretanto não voo por temor mas razão frágil Permaneço quieto enquanto escuro Ainda que as asas esgueiram-se ágeis Entre galhos, lençóis e travesseiros Às vezes passados, outras em frangalhos Dobrados justapostos pela casa
Camuflado ninho de penas e folhas
Contenho ao ímpeto que me chama Tão insone como tantas vezes faço Equilibro imóvel como toda ave Até que o sol em consideração Volte dúbio num pio um raio à forra Nesta vasta e ampla liberdade de sonho Que não me tolhe e sim acolhe e ampara
São assim os limites de quem ama Soturnas as amarras ainda que pense Por não ser recíproco a quem lhe possa
Recolhe-se por amor à própria sorte